quinta-feira, 20 de dezembro de 2007

Saudades de ...

Sim, acordei com esta palavra!

Por incrível que pareça, nem foi preciso o som cáustico (mas eficaz) do meu despertador, tal era a persistência da palavra em martelar na minha mente de modo a lograr os intentos, acordar-me e pôr-me a pensar…

E foi o que acabou por acontecer, ainda eu estava meio ensonado e na minha cabeça já fervilhavam vários pensamentos, uma confusão total, havia imensas palavras que pretendiam ser o complemento da primeira, a tal responsável pelo meu prematuro despertar.

Breves instantes depois e já no duche, comecei a arrumar as minhas ideias e a tentar por término à confusão instalada na minha cabeça ou seria no meu coração? não interessa, mas era uma grande confusão!

Consequentemente dei inicio ao processo de escolha e fui eliminando uma a uma por ordem crescente do grau de saudades, acho que a primeira a ser riscada foi mesmo o Inverno, pois, sinto poucas dele ou melhor nenhumas.

Estava eu já quase no final do duche e o telemóvel a avisar-me que o tempo para chegar ao local de trabalho era já bem pouco, ávido de conclusões e nada, mas de repente num ápice apareceu uma pequena palavra que no fundo é bem grande é mesmo maior que todas as outras, apesar de ter apenas só duas letras…

Foi então que, fechei a torneira do chuveiro, limpei-me, vesti-me, peguei nas chaves do carro, quase cai nas escadas por não ter atado os atacadores, desci a uma velocidade estonteante, mas estava da consciência tranquila, pois, tinha resolvido um grande dilema logo de madrugada…

Saudades de TI!

P.s: será que as msgs da noite anterior tiveram influencia???

quarta-feira, 19 de dezembro de 2007

Serei uma planta?

A dúvida existencial em causa, persiste em fazer parte do meu quotidiano, principalmente nesta altura do ano e sempre em dias como este, de certo por se fazer notar de forma mais acentuada uma necessidade minha, que considero vital…a incidência da luz solar sobre a minha epiderme.

Pois, desta incidência resulta a absorção de uma energia essencial para a realização do complexo processo constituído por vários fenómenos, que é viver sempre a crescer…

Porque, hoje é 19 de dezembro

A morte saiu à rua num dia assim
Naquele lugar sem nome pra qualquer fim
Uma gota rubra sobre a calçada cai
E um rio de sangue do peito aberto sai

O vento que dá nas canas do canavial
E a foice duma ceifeira de Portugal
E o som da bigorna como um clarim do céu
Vão dizendo em toda a parte o pintor morreu

Teu sangue, Pintor, reclama outra morte igual
Só olho por olho e dente por dente vale
À lei assassina à morte que te matou
Teu corpo pertence à terra que te abraçou

Aqui te afirmamos dente por dente assim
Que um dia rirá melhor quem rirá por fim
Na curva da estrada há covas feitas no chão
E em todas florirão rosas duma nação

terça-feira, 18 de dezembro de 2007

Porque, hoje é 18 de dezembro

Francisco Miguel nasceu em Baleizão há 100 anos. Operário, filho de camponeses pobres, abraçou a causa da luta pela liberdade e a justiça social quando ainda era muito jovem.

Pela sua actividade como militante e destacado dirigente do Partido Comunista Português no qual militou mais de 66 anos, Francisco Miguel foi um exemplo de coragem, e disponibilidade revolucionária que dedicou o melhor da sua vida ao Partido e à luta contra o fascismo, pela liberdade, a democracia e o socialismo…

segunda-feira, 17 de dezembro de 2007

Ruralidades

Pois é, ainda há quem diga por ai que nas freguesias rurais o défice de sinalização é um problema frequente que urge resolver…


P.s: só acho mal não aproveitarem bem o tubo de suporte dos sinais, pois, se estes fossem todos um bocadinho mais para cima, de certo que havia lugar para mais um junto ao pavimento.

Belo moço


No sábado (15/12/07) Óscar Niemeyer celebrou 100 anos, um grande homem, um excelente arquitecto, deixo aqui duas ou três afirmações suas da última conferência de imprensa…

“A minha vida é normal. Não sei porque durei tanto”

“A vida é mais importante que a arquitectura. E o essencial é levar uma vida decente baseada na solidariedade”

“Preocupam-me as desigualdades sociais. A luta de classes é a mais importante...”

quinta-feira, 13 de dezembro de 2007

Alentejo II

“...

Aquela pomba tão branca
Todos a querem p'ra si
Ó Alentejo queimado
Ninguém se lembra de ti

Aquela andorinha negra
Bate as asas p'ra voar
Ó Alentejo esquecido
Inda um dia hás-de cantar”

Ataque em ambiente adverso



Pois é, eu não havia avisado que vinham por ai tempos difíceis…


Quarta-feira (12/12/07), nova, dura e penosa etapa, desta vez muito longe da região demarcada pela alcateia, ou seja, fora do raio de acção preferencial dos lobos.

Após, uma extenuante viagem, a matilha chegou ao local escolhido para o ataque, bem bonito e agradável (um cheirinho a maresia, uiuiui) por sinal.

Depois dos lobos estarem devidamente e estrategicamente colocados para dar início à acção, surge repentinamente no horizonte uma suculenta presa, à qual eles responderam com uma expressão facial que emanava uma mistura de sentimentos, tipo…alegria, satisfação, estão a imaginar? É isso mesmo, de fazer crescer água na boca, alguns segundos depois, não muitos e para estupefacção total, aparece uma outra presa de qualidade igual ou superior, ai sim, a matilha acanhou-se um pouco, trocaram olhares sinistros, reflectiram…de seguida ganharam fôlego e a partir dai nunca mais ninguém os deteve.

Expectativas confirmadas



Estão confirmadas as “piores” expectativas, pois, o período de hostilidades (leia-se, petiscadas violentas alusivas à actual quadra festiva) começou logo terça-feira (11/12/07) num ataque em terreno dominado pela alcateia, logicamente correu bem para a maioria dos lobos, exceptuando um, que foi vítima de um pequeno período de apagão…nada de grave.

Houve ainda outro acontecimento que merece ser destacado, que foi a actuação de um aspirante a lobo, no cômputo geral teve uma performance aceitável, mas ainda têm de trabalhar muito para atingir o estatuto de membro efectivo, com muito treino chega lá.

segunda-feira, 10 de dezembro de 2007

Futuro complicado

Algo me diz que a situação actual se vai complicar, ou seja, afigurasse-me um futuro próximo bastante duro para a matilha…



Ainda o referendo na venezuela

“Un pueblo ignorante és un instrumento ciego de su propia destrucción”

Simon Bolívar

Porque, sexta-feira foi 7 de dezembro

Serei tudo o que disserem
por inveja ou negação:
cabeçudo dromedário
fogueira de exibição
teorema corolário
poema de mão em mão
lãzudo publicitário
malabarista cabrão.
Serei tudo o que disserem:
Poeta castrado não!

Os que entendem como eu
as linhas com que me escrevo
reconhecem o que é meu
em tudo quanto lhes devo:
ternura como já disse
sempre que faço um poema;
saudade que se partisse
me alagaria de pena;
e também uma alegria
uma coragem serena
em renegada poesia
quando ela nos envenena.

Os que entendem como eu
a força que tem um verso
reconhecem o que é seu
quando lhes mostro o reverso:

De fome já não se fala
- é tão vulgar que nos cansa
mas que dizer de uma bala
num esqueleto de criança?

Do frio não reza a história
- a morte é branda e letal
mas que dizer da memória
de uma bomba de napalm?

E o resto que pode ser
o poema dia a dia?
- um bisturi a crescer
nas coxas de uma judia;
um filho que vai nascer
parido por asfixia?!
- Ah não me venham dizer
que é fonética a poesia !

Serei tudo o que disserem
por temor ou negação:
Demagogo mau profeta
falso médico ladrão
prostituta proxeneta
espoleta televisão.
Serei tudo o que disserem:
Poeta castrado, não!